Cavando Mais Fundo: as inspirações por trás de Still Wakes the Deep: Siren’s Rest

Em 2023, compartilhamos algumas das inspirações (em inglês) por trás do nosso jogo de terror narrativo Still Wakes the Deep, que inspiraram seus temas e estrutura, tanto no cenário dos anos 70 quanto em seus elementos de horror mais fantásticos.

Nos inspiramos em uma ampla variedade de fontes, desde filmes clássicos de terror como “O Enigma do Outro Mundo” e “Aniquilação” até fontes mais incomuns como “Kes”  e “O Bebê de Rosimary”.

Para nossa nova expansão de história, Siren’s Rest, queríamos explorar a plataforma de petróleo Beira D em um novo cenário, que vem com seu próprio conjunto de inspirações.

Ambientado em 1986, 11 anos após os eventos do jogo original, você jogará como a mergulhadora de saturação Mhairi, que parte em uma jornada sob o Mar do Norte para descobrir o que aconteceu na Beira D. O oceano é uma rica fonte para explorar todos os tipos de contos, e estas são apenas algumas coisas que nos ajudaram a criar essa nova história.

Thalassofobia

O medo de águas profundas é a origem de toda a paleta psicológica de Siren’s Rest. E para qualquer jogador que não tenha sentido isso… esperamos que Siren’s Rest lhes dê a chance de experimentar essa fobia.

Pesquisamos centenas de artigos de pessoas que experimentam essa condição, pessoas criando arte sobre isso, retratando-a de várias maneiras emocionantes e sensuais. Uma coisa que nos chamou a atenção: muitas fotografias talassofóbicas justapõem um humano com algum abismo ou forma iminente.

A sensação que você tem não é apenas que este é um cenário assustador – em vez disso, você sente um senso de pavor envolvente pela pessoa. Quem quer que seja essa pessoa na fotografia, não importa o quão despreocupada ela pareça… você sente que ela está em apuros (literalmente). Ela está enfrentando seu destino. Esse senso de confiança excessiva contra as profundezas desconhecidas é algo que queríamos capturar no jogo.

Até mesmo uma imagem como esta que encontramos no Reddit de um abismo oceânico faz a criatividade fluir. Além disso, você sabia que uma espessa nuvem misteriosa chamada piscina de salmoura pode se formar no fundo do mar, criando essas imagens estranhas? Queríamos manter essa tensão, entre beleza e pavor, no coração de cada escolha de design visual.

“Last Breath” (2018) e Mergulho de Saturação

O mergulho de saturação – nomeado pela técnica usada para estender o tempo que um mergulhador pode permanecer submerso – é uma profissão extraordinária. Perigosa, meticulosa, estranhamente poética – tudo merecendo arte a ser feita sobre isso.

É tão perigoso quanto um astronauta em uma caminhada espacial… mas muito mais sombrio e muito menos conhecido. Você está sob uma tremenda pressão, literalmente, que mexe com seu estado mental. Você vê coisas. Você ouve coisas. E você é uma pequena chama tremeluzente no meio da escuridão eterna. Essa tensão, solidão e emoção são retratadas lindamente no documentário “Last Breath”.

E para uma explicação mais cotidiana, basta conferir este AMA no Reddit (em inglês) que foi feito há alguns anos. Entender o que significa viver e trabalhar sob condições tão extremas ajudou a fundamentar nossa narrativa em stakes humanos reais, mesmo quando a história se desvia para o surreal.

“Planeta Azul II – The Deep”

Este episódio de “Blue Planet II” serviu como um poderoso ponto de entrada para nós no mistério e na estranheza dos lugares mais inatingíveis do oceano. O design natural e artístico da Terra é impressionante! As cores estranhas, os seres misteriosos.

Nossa maravilhosa Terra com suas geografias subaquáticas impossíveis nos forneceu um vocabulário visual para retratar o fundo do mar não como um espetáculo estranho, mas com essa reverência silenciosa e consumidora…

“Inferno de Dante”

Uma metáfora tão clara quanto possível, certo? A descida de Dante pelo Inferno, em uma linguagem poética cativante do século XIV, de delírio crescente à medida que se avança na escuridão tenra – influenciou como abordamos a estrutura de Siren’s Rest.

“Abismo do Medo” (2005)

Este filme tem duas décadas e ainda se mantém incrivelmente bem. É uma história de Inferno de Dante trazida para os dias modernos. Definitivamente não é para os fracos de coração, com certeza! Sua estrutura clássica e ritmo magistral de progressão tensa em espaços físicos claustrofóbicos e desconhecidos é uma grande inspiração.

Corredores submersos, as fendas escuras do cenário da história, personagens técnicos e sofisticados cujas psiques são desgastadas, a mistura de terror, esperança e pavor – está tudo lá.

“O Farol” (2019)

Uma recente aula magistral de escuridão, isolamento e os truques mentais que esses sentimentos podem conjurar. O filme retrata dois homens (interpretados por Robert Pattinson e Willem Dafoe) desmoronando sob o peso da rotina, mitos e sua própria companhia estranha.

Esses paralelos com a corrente emocional que corre por baixo de Siren’s Rest – um anseio humano profundo, quase delirante – por conexão, redenção, fechamento…

Um relacionamento central entre dois personagens que estão igualmente isolados, igualmente sozinhos com seus pensamentos e expectativas – isso nos marcou. A justaposição surreal entre o ambiente bruto e implacável, as tarefas arcanas necessárias para a sobrevivência e a evocação distante de memórias perdidas… certamente esperávamos capturar isso.

Som do Oceano, “Julia”

Às vezes, até mesmo um fenômeno sonoro pode servir de inspiração. Um som de baixa frequência, gravado pela NOAA em 1º de março de 1999 e apelidado de “Julia”, permanece inexplicado.

O som foi alto o suficiente para ser detectado em todo o Oceano Pacífico e durou cerca de dois minutos e 43 segundos. Um tesouro absoluto de explicações estranhas existe, abrangendo desde criaturas marinhas gigantes até alienígenas, naturalmente.

A inclusão de “Julia” em nossas discussões iniciais sobre Siren’s Rest serviu como um símbolo do desconhecido – a ideia estranha de que algo pode estar lá fora, massivo ou silencioso, além da nossa compreensão…

Màiri Mhòr nan Òran

A poetisa hebrideana Màiri Mhòr nan Òran compartilha um nome com nossa protagonista, e seu trabalho compõe grande parte do tom emocional de Siren’s Rest. Seus versos, enraizados no exílio, na terra e na saudade, falam das rupturas culturais e pessoais no coração desta nova história.

Eles ancoram a narrativa em uma identidade escocesa que parece tanto profundamente local quanto profundamente mítica – um legado que nos sentimos incrivelmente privilegiados em retratar.

A expansão Still Wakes the Deep: Siren’s Rest chega hoje para Xbox Series X|S e Xbox no PC.