Mysteria Ecclesiae, o terceiro DLC do Kingdom Come: Deliverance II, um dos maiores sucessos de vendas deste ano, explora a medicina medieval no contexto de uma infecção misteriosa.
Uma doença mortal começa a se espalhar nos terrenos do Mosteiro de Sedletz, e Henry recebe a tarefa de investigar tanto a origem do surto quanto sua cura.
A autenticidade e a precisão histórica são pilares do mundo medieval criado pela Warhorse, e para esta nova história, os desenvolvedores puderam mais uma vez recorrer a um verdadeiro tesouro de informações históricas.
No entanto, como registros médicos escritos da época eram relativamente escassos, a equipe conseguiu inferir o nível de habilidade local observando os países europeus mais avançados em medicina.
Nesse contexto, os registros de conhecimento de países como Grécia e Itália forneceram detalhes mais concretos. Enquanto os boêmios mais ricos podiam recorrer à sabedoria médica mantida nos mosteiros, médicos habilidosos viajavam para o exterior e traziam consigo conhecimentos vitais, melhorando assim a vida de toda a população.
“Neste DLC, temos um famoso médico tcheco, Albich de Uniczow, que estava estudando na época em Pádua, na Itália”, explica Martina Daněk, designer sênior de narrativa da Warhorse.
“Ele trouxe esses estudos e teorias muito progressistas para a Boêmia e foi considerado por algumas pessoas um pouco estranho por causa disso! É simplesmente que essas ideias e percepções eram realmente avançadas para a época”.

Se você fosse um morador da Boêmia, como exatamente poderia acessar esse tipo de conhecimento? Bem, caso tivesse a sorte de viver em uma cidade (e dinheiro suficiente para pagar por esses serviços), poderia aproveitar os avanços médicos mais recentes.
Para os camponeses de áreas rurais, no entanto, a ajuda imediata geralmente vinha em forma de uma infusão de ervas preparada por um ancião experiente. Assim como hoje, o chá de camomila era um tratamento popular para diversos males, mas esse não é o único remédio que sobreviveu até os dias atuais.
“Uma das opções mais ‘macabras’ disponíveis na época medieval envolvia sanguessugas”, explica Daněk. “Havia uma teoria sobre os ‘humores corporais’ que buscava remediar certos desequilíbrios no corpo através da sangria. Assim, colocavam sanguessugas na pele do paciente para restaurar a harmonia.
“Hoje não usamos sanguessugas para esse fim, mas, se alguém sofrer uma lesão grave e houver risco de formação de coágulos sanguíneos, ainda podemos utilizá-las para eliminá-los!”

Ainda mais delicados são os temas da cirurgia e da odontologia – esta última sendo um serviço comumente realizado por ferreiros como Henry, onde a força bruta superava a delicadeza, considerando as ferramentas da época.
Além desse tipo de tratamento grosseiro, porém, as opções para cirurgias eram raras e limitadas.
“Dadas as circunstâncias da época, a cirurgia era um evento raro – e realmente um último recurso”, diz Daněk. “Se era feito um ferimento aberto, então várias coisas podiam acontecer e colocar a vida do paciente em perigo.
“Algo parecido com cirurgia era a trepanação do crânio para aliviar o paciente de coisas como dores de cabeça terríveis e convulsões. Eles faziam um pequeno furo no crânio para aliviar a pressão no cérebro.”
Henry também enfrenta muitas decisões difíceis enquanto a história de Mysteria Ecclesia se desenrola, e as motivações dos personagens nem sempre são o que parecem.
Sua própria jornada pelo sombrio mistério do Mosteiro de Sedletz já começa agora mesmo com a disponibilidade do DLC.